Chanceleres do Mercosul
suspendem o
Paraguai até eleições
presidenciais
Suspensão é inédita em 21 anos de
história do bloco e deve ser anunciada nesta sexta-feira
MENDOZA - Os chanceleres do Brasil, Argentina e Uruguai
decidiram nesta quinta-feira suspender o Paraguai das reuniões e decisões do
Mercosul até a realização de eleições presidenciais em abril do ano que vem.
Fontes diplomáticas afirmaram ao Estado que esta suspensão - inédita nestes 21
anos de História do Mercosul - será confirmada nesta sexta-feira na reunião de
presidentes do bloco do cone sul na cidade argentina de Mendoza. O chanceler da Venezuela, Nicolás
Maduro, participou da reunião realizada pelos ministros Antonio Patriota, do
Brasil; Luis Almagro, do Uruguai, e o argentino Hector Timerman.
A presença da
Venezuela na reunião tem motivos de sobra, já que o país caribenho pede desde
2006 a entrada no Mercosul como membro pleno. O ingresso venezuelano no bloco
havia sido aprovado nos últimos anos pelos parlamentos do Brasil, Uruguai e
Argentina. No entanto, o pedido de ingresso estava travado no senado paraguaio.
Mas, com o Paraguai suspenso, surge a possibilidade de entrada da Venezuela no
bloco.
A suspensão
temporária do Paraguai havia sido anunciada no domingo à noite em um comunicado
da chancelaria argentina, em nome do Mercosul. O motivo da suspensão foi o
rápido e controvertido processo de impeachment de Fernando Lugo. Os governos do
Mercosul consideraram que o vice de Lugo, Federico Franco, o novo presidente
paraguaio, era o responsável pela interrupção da ordem democrática em seu país.
"Esta é
uma forma de combater os ‘neo-golpes’ que os setores conservadores querem
aplicar nos governos da região, afirmou ao Estado um diplomata argentina
engajado no kirchnerismo. Na reunião de chanceleres hoje, o Mercosul definiu um
prazo para esta suspensão.
O
Estado de São Paulo
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