segunda-feira, 18 de junho de 2012

Contraponto 5429 - Marcha das Mulheres no Rio+20
















Marcha das Mulheres arrasta multidão pelas ruas do Rio de Janeiro


Manifestantes andaram do Sambódromo ao Aterro do Flamengo, afetando o trânsito


A Marcha das Mulheres, manifestação organizada para chamar a atenção para a desigualdade entre os gêneros, que seria agente opressor das mulheres nas relações sociais e legais, atingiu o seu objetivo. Perto de 5 mil pessoas acompanharam o cortejo, na manhã desta segunda-feira, no Aterro do Flamengo (Zona Sul), onde acontece a Cúpula dos Povos, evento paralelo a Rio+20. A caminhada, que teve início no Sambódromo, no Centro, atravancou o trânsito de toda a cidade, e proporcionou a esperada visibilidade para o tema, apesar de ter desagradado quem ia para o trabalho e foi martirizado nos engarrafamentos que se espalharam pelas vias do Rio.
Uma das responsáveis pela movimentação, Isabel Freitas reivindicava paridade entre homens e mulheres. Segundo ela, a legalização do aborto é outra bandeira levantada pelos manifestantes.
“A nossa marcha é pelos direitos da mulher e pela igualdade social. Não podemos aceitar essa discriminação e diferença. Queremos igualdade de salários e cargos. Hoje é um dia especial para nós, num momento em que todos os lideres estão discutindo um futuro melhor para o nosso planeta. E é através disso que vamos passar nossa mensagem".
Munidas de instrumentos musicais, equipamentos de som, bandeiras, faixas e muita disposição para gritar, mulheres de todo o mundo uniram-se para pleitear melhorias em sua qualidade de vida. Com rostos e corpo pintados, elas promoveram discursos e batucadas na chegada ao Museu de Arte Moderna (MAM).
A paraense Keyla Jamile, de 19 anos, afirmou que já sentiu na pele o preconceito de gênero. Para a manifestante, as mulheres unidas, e protestando em uníssono, podem reverter a situação atual.
“O meio em que trabalho é muito preconceituoso, já pensei em desistir. Certa vez, tive um estágio em campo, numa mina de extração de minério, e os olhares sob mim eram de desprezo. Fui tratada com desdém”, disse a estudante de Mineração. “Este é mais um motivo para ser contra a opressão e o machismo enraizado em nossas leis, costumes e cultura. Queremos respeito, seja de burca, ou de mini-saia. O tamanho das vestes não está associado ao nosso desejo sexual”
Para a estudante argentina Vitoria Tarevic, o momento da realização da Marcha das Mulheres é perfeito. Segundo ela, o impacto da concentração durante a Rio+20 ajudará mulheres em todo o mundo.
“A desigualdade e a violência contra as mulheres não é uma questão restrita a América do Sul”, alertou. “Em todo o mundo elas são agredidas e desrespeitadas. Espero que uma mobilização do tamanho desta que fizemos, durante um evento deste porte, com a presença de pessoas das mais variadas origens, possa preservar a integridade física e psicológica de meninas, jovens, mulheres e idosas em todo o globo”.
Ao todo, representantes de 31 movimentos de mulheres participaram da marcha no Rio de Janeiro.
Trânsito
Em função da caminhada, o trânsito no Centro da cidade ficou complicado nesta manhã. Por volta das 11h10, o tráfego foi totalmente interditado na Avenida Beira Mar, sentido Centro, para a passagem das manifestantes.
Elas seguiram em direção ao Largo da Carioca e, por volta das 11h30, foram interditadas todas as pistas da Avenida Antônio Carlos, no Centro. Às 12h, havia interdição apenas em duas faixas no sentido Praça XV. A Rua da Assembleia também foi parcialmente fechada para a passagem das manifestantes. Os reflexos foram observados em diversas vias da cidade. O tráfego foi afetado na Ponte Rio-Niterói, Avenida Brasil, Francisco Bicalho e Rodrigues Alves.
Jornal do Brasil

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