quinta-feira, 18 de junho de 2009

BANCO CENTRAL DEFENDE BANQUEIROS LARÁPIOS

Ação pode quebrar bancos, diz BC


Documento entregue no STF trata de processos sobre planos econômicos

Documento elaborado pelo Banco Central afirma que alguns bancos podem se tornar insolventes se o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar os argumentos de poupadores que brigam na Justiça contra as perdas geradas pelos planos econômicos Cruzado, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2.
O memorial foi protocolado no STF e, depois, entregue pessoalmente pela cúpula da equipe econômica aos ministros da Corte. Os dados do BC mostram que as perdas para os bancos somariam R$ 105,9 bilhões, o equivalente a 65% do patrimônio líquido dessas instituições ou 3,6% do PIB.
"Tal fato, por si só, provavelmente levaria algumas dessas instituições à insolvência, colocando em xeque a solidez do sistema financeiro nacional", afirma nota do Ministério da Fazenda anexada ao documento do BC. "Uma eventual decisão contrária às instituições financeiras teria um impacto de até R$ 105 bilhões, implicando uma brusca descapitalização do setor, com possíveis insolvências e enfraquecimento da solidez do sistema financeiro nacional, e, consequentemente, impactos severos na economia real", prossegue o texto.
Somente para a Caixa Econômica Federal a perda chegaria a R$ 35,2 bilhões - o que corresponde a 301% de seu patrimônio líquido -, rombo que precisaria ser coberto pelo Tesouro Nacional. "Os impactos na Caixa teriam repercussão fiscal, uma vez que a União teria de aportar capital, reduzindo seu potencial de investir em obras de infraestrutura", diz a nota.
O prejuízo para a Caixa não inclui as despesas que o banco eventualmente teria com outros ativos, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o que tornaria o efeito sobre a instituição ainda maior. "O impacto potencial dessas ações pode ser considerado preocupante, dadas as repercussões possíveis sobre o sistema financeiro, sobre as finanças públicas e, consequentemente, sobre o crescimento e o emprego no País", relata o BC em nota assinada pelo diretor de Política Econômica, Mário Magalhães, e anexada ao memorial entregue ao STF.
Em momento de crise financeira mundial, argumenta o BC, seria "no mínimo temerário, seria como andar na contramão" dos demais países obrigar os bancos a desembolsar esses R$ 105,9 bilhões.
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