domingo, 24 de junho de 2012

Contraponto 5478 - Fracassa a intervenção militar da OTAN no Oriente Médio - Irmandade Muçulmana vence eleição no Egito



Candidato da Irmandade Muçulmana vence eleição no Egito


Por Yasmine Saleh e Shaimaa Fayed
CAIRO, 24 Jun (Reuters) - Mohamed Morsy, da Irmandade Muçulmana, venceu as eleições presidenciais no Egito com 51,7 por cento dos votos do segundo turno, realizado na semana passada, derrotando o ex-general Ahmed Shafik, anunciou o comitê eleitoral estatal neste domingo.
Morsy vai suceder Hosni Mubarak, derrubado há 16 meses, depois de uma revolta popular. O conselho militar que tem governado o maior país árabe desde então havia neste mês restringido os poderes da Presidência. Assim, o chefe do Estado terá que trabalhar com o Exército numa planejada Constituição democrática.
Milhares de simpatizantes e seguidores da Irmandade Muçulmana festejaram o resultado na Praça Tahrir, na capital egípcia, com bandeiras do país e com cantos de "Allahu Akbar!" (Deus é grande).
"O mundo olha para essa nação como um povo capaz de escolher livremente o seu líder", disse o líder da Irmandade Muçulmana Ahmed Abdelatti, em entrevista à imprensa, na sede do grupo político, banido no passado.
"O presidente da revolução egípcia, da segunda República, começa o seu trabalho hoje, para implementar o projeto Nahda (renascimento)", afirmou Yasser Ali, da campanha eleitoral de Morsy.
O presidente eleito, de 60 anos, um engenheiro formado nos Estados Unidos, foi preso durante o regime de Mubarak. Ele venceu o primeiro turno das eleições em maio e prometeu formar um governo inclusivo.
O Conselho Militar vai manter o controle do maior Exército do Oriente Médio, cujo principal aliado é os Estados Unidos.
Morsy prometeu respeitar tratados internacionais, principalmente o assinado com Israel em 1979, do qual depende muito da ajuda dos EUA.
"O presidente Morsy vai ter um trabalho duro para controlar os diversos níveis do Estado", afirmou Elijah Zarwan, analista do Conselho Europeu para Relações Internacionais.
"Ele vai provavelmente enfrentar tentativas para minar o seu poder. Frustrações podem levá-lo a cair na armadilha de atuar de forma agressiva, o que seria um erro", acrescentou Zarwan.
"O seu desafio é liderar um país dividido e temeroso para a democracia, sem se tornar um bode expiatório para a continuidade militar", afirmou o analista.
(Reportagem adicional por Marwa Awad, Tamim Elyan, Tom Perry, Edmund Blair e Patrick Werr)
REUTERS

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