domingo, 10 de junho de 2012

Contraponto 5390 - Direita avança no Chile!


Policiais detêm manifestante nas imediações de teatro de Santiago onde manifestantes protestaram contra homenagem a Pinochet


Polícia do Chile entra em confronto com manifestantes contrários a Pinochet

Centenas protestaram em frente de teatro de Santiago que, durante homenagem a ex-ditador,  veiculou documentário elogioso a seus 17 anos no poder

A polícia do Chile entrou em confronto neste domingo contra manifestantes que protestavam contra a veiculação de um documentário que elogia o ex-ditador Augusto Pinochet. A polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes nas proximidades do teatro Caupolicán, no centro de Santiago. Houve várias prisões.
O general governou o país sul-africano durante 17 anos e morreu em 2006. O governo chinês estima em mais de 3 mil o número de mortos durante os anos Pinochet, incluindo os desaparecidos cujos corpos nunca foram encontrados. Milhares foram torturados, presos ou forçados ao exílio durante seu regime.
O general Pinochet liderou um golpe de Estado contra Salvador Allende, presidente marxista democraticamente eleito, em 11 de setembro de 1973 e só deixou o poder em 1990.
Centenas enfrentaram a polícia chilena por causa da homenagem ao ex-ditador feita no teatro, que incluía a exibição do documentário 'Pinochet'. "Assassino, Assassino!", gritavam os manifestantes. A polícia preparou uma forte operação para evitar distúrbios e evitou o avanço do protesto para as proximidades do teatro, onde estavam mais de 1 mil simpatizantes de Pinochet.
"A polícia está limitando nossos passos para que a atividade em homenagem ao ditador possa ser realizada. Aqui está havendo uma homenagem a um criminoso", disse Mireya García, vice-presidenta do Grupo de Parentes de Detidos e Desaparecidos ao canal de televisão CNN Chile.
A homenagem foi organizado pela Corporação 11 de Setembro, que recorda o dia do golpe de Estado contra Salvador Allende. "Creio que na democracia temos todo o direito de celebrar", disse o ex-militar Juan González, presidente da Corporação 11 de Setembro.
Nos dias prévios ao ato deste domingo, houve um árduo debate sobre a permissão para se homenagear o ex-ditador.
O governo disse que não compartilha a iniciativa, mas que respeitava o direito de reunião. A Justiça, no entanto, rejeitou um recurso judicial que tentava evitar sua realização, estimando que não possui atribuições para proibir um ato que se realiza em um recinto privado.
Os partidários de Pinochet defendem com paixão a figura do general chileno, nostálgicos de uma obra que, ao seu ver, não foi reconhecida. "Sou grata pelo grande governo que ele fez, que nos deu segurança e tranquilidade e por salvar a pátria do marxismo", disse María González.
Após 40 anos desde o golpe de Estado, os defensores de Pinochet estão quase completamente ausentes do cenário político, sem representação parlamentar nem porta-vozes, mas gostam de lembrar com nostalgia do período entre 1973 e 1990. Os seguidores de Pinochet exigem a libertação dos quase 70 militares presos por violações aos direitos humanos na ditadura.
*Com BBC e AFP - Último Segundo

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