terça-feira, 23 de junho de 2009

VALE TUDO

Sindicância das passagens adiada por 30 dias

Comissão encarregada de investigar comércio ilegal de créditos aéreos de deputados prorroga trabalhos até 23 de julho. Servidores vão analisar depoimentos tomados e documentos coletados

Depois de 60 dias, a comissão de sindicância para apurar o comércio ilegal de créditos de passagens na Câmara não conseguiu chegar às conclusões necessárias para encerrar os trabalhos. Uma portaria do diretor-geral da Casa, Sérgio Sampaio, vai prorrogar até 23 de julho o serviço de três funcionários encarregados de descobrir como e por que diversos agentes de viagens conseguiam comprar sobras de passagens aéreas de deputados e vendê-las para terceiros.

De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa da Casa, a extensão do prazo ocorreu por três razões: as companhias aéreas ainda não encaminharam documentos solicitados, mais 14 parlamentares solicitaram a apuração de gastos de suas cotas aéreas, e é necessário realizar mais diligências, além de analisar documentos já coletados e colher novos depoimentos.

Em depoimento à Polícia da Câmara, um desses agentes de viagem disse que comprava os créditos com 15% a 25% de deságio de assessores de deputados. Depois, revendia no mercado a terceiros. Série de reportagens do Congresso em Foco mostrou que as passagens aéreas no Congresso eram usadas desde o transporte de familiares e eleitores até de fornecedores de negócios particulares dos parlamentares. Em meio ao escândalo, Câmara e Senado mudaram as regras do uso dos voos e abriram investigações.

Segundo a Diretoria Geral, a prorrogação de 30 dias começou a correr a partir do dia 23 de junho. A comissão de sindicância tomou depoimentos de agentes de viagens, funcionários de empresas aéreas e assessores parlamentares. Só depois do trabalho, a comissão produzirá seu relatório final.

O documento será entregue ao presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP). Como mostrou o Congresso em Foco hoje, o peemedebista já está de posse de dois pareceres jurídicos contratados por R$ 150 mil para avaliar a legalidade do uso das cotas de passagens pelos deputados. Um desses pareceres considera legal todas as viagens feitas pelos colegas de Temer nos últimos anos.

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