Comissão encarregada de investigar comércio ilegal de créditos aéreos de deputados prorroga trabalhos até 23 de julho. Servidores vão analisar depoimentos tomados e documentos coletados
Depois de 60 dias, a comissão de sindicância para apurar o comércio ilegal de créditos de passagens na Câmara não conseguiu chegar às conclusões necessárias para encerrar os trabalhos. Uma portaria do diretor-geral da Casa, Sérgio Sampaio, vai prorrogar até 23 de julho o serviço de três funcionários encarregados de descobrir como e por que diversos agentes de viagens conseguiam comprar sobras de passagens aéreas de deputados e vendê-las para terceiros.
De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa da Casa, a extensão do prazo ocorreu por três razões: as companhias aéreas ainda não encaminharam documentos solicitados, mais 14 parlamentares solicitaram a apuração de gastos de suas cotas aéreas, e é necessário realizar mais diligências, além de analisar documentos já coletados e colher novos depoimentos.
Em depoimento à Polícia da Câmara, um desses agentes de viagem disse que comprava os créditos com 15% a 25% de deságio de assessores de deputados. Depois, revendia no mercado a terceiros. Série de reportagens do Congresso em Foco mostrou que as passagens aéreas no Congresso eram usadas desde o transporte de familiares e eleitores até de fornecedores de negócios particulares dos parlamentares. Em meio ao escândalo, Câmara e Senado mudaram as regras do uso dos voos e abriram investigações.
Segundo a Diretoria Geral, a prorrogação de 30 dias começou a correr a partir do dia 23 de junho. A comissão de sindicância tomou depoimentos de agentes de viagens, funcionários de empresas aéreas e assessores parlamentares. Só depois do trabalho, a comissão produzirá seu relatório final.

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