quinta-feira, 25 de junho de 2009

O GUABIRU ATACA NOVAMENTE

Viúva de ex-motorista do presidente do Senado foi nomeada por um ato secreto

Valéria Freire dos Santos tem salário de R$ 2.313,30 para servir café em expediente de meio período; Sarney diz que não vai comentar o assunto

De Andreza Matais e Adriano Ceolin:

Nomeada por ato secreto, uma funcionária do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mora há quatro anos num imóvel localizado no térreo de um dos prédios exclusivos para senadores. Valéria Freire dos Santos é viúva de um ex-motorista de Sarney e desde que mudou para o local ganhou um emprego no Senado.

O primeiro emprego de Valéria no Senado foi na direção geral. Em novembro do ano passado, ela foi transferida para o gabinete pessoal de Sarney por um ato que só veio a ser divulgado em abril deste ano. Para servir café em expediente de meio período, recebe salário de R$ 2.313,30 por mês.

Com a anuência de Sarney, Valéria foi autorizada a morar no apartamento por um prazo de 90 dias, a partir de janeiro de 2005. Mas está lá até hoje.

O imóvel é uma espécie de zeladoria que fica no térreo do prédio onde estão os apartamentos funcionais destinados aos senadores. Tem um quarto, sala, cozinha e banheiro e deveria ser destinado ao descanso dos seguranças. O prédio fica em área nobre de Brasília.

A Folha apurou que Sarney decidiu ajudar a funcionária depois que ela perdeu o marido, Antoniel dos Santos, e a acomodou em apartamento do Senado, livrando-a de despesas com aluguel e condomínio, uma vez que o prédio é custeado com dinheiro do Senado. O senador disse que não irá comentar o assunto.

Após a morte do marido, Valéria foi contratada para trabalhar na direção geral do Senado, que à época era comandada por Agaciel da Silva Maia. No ano passado, foi transferida para o gabinete de Sarney, com um salário de R$ 2.313,30, sem considerar benefícios.

Sarney também já "emprestou" um apartamento funcional para o ex-senador Bello Parga (morto em 2008) morar depois de encerrado o mandato. A Folha revelou que o apartamento estava cedido pelo Senado para uso de Sarney. Ele alegou que fez o favor porque Parga estava doente.

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