quinta-feira, 25 de junho de 2009

IRÃ - GUERRA CIVIL É POSSIBILIDADE REAL

Clérigo diz que repressão
pode provocar queda do governo do Irã

TEERÃ - O grande aiatolá dissidente Hosein Ali Montazeri advertiu nesta quinta-feira que se a repressão às manifestações pacíficas no Irã prosseguir, a situação pode provocar a queda do governo. - Se o povo iraniano não puder reivindicar seus direitos legítimos em manifestações pacíficas e for reprimido, o aumento da frustração pode eventualmente destruir os cimentos de qualquer governo, por mais forte que seja - afirma o grande aiatolá em um comunicado.

Montazeri, que ocupa a maior hierarquia no clero xiita iraniano, também pediu aos compatriotas que rejeitam a legitimidade da reeleição do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad a continuidade do movimento de protesto.

O grande aiatolá foi um dos primeiros a criticar com veemência o governo e as eleições presidenciais de 12 de junho. - Infelizmente esta excelente oportunidade tem sido utilizada da pior maneira - afirmou o clérigo quatro dias depois da votação, ao descrever a esmagadora vitória do presidente ultraconservador como "algo que nenhuma mente sã pode aceitar". Na ocasião, também condenou a violência e a repressão das manifestações.

O grande aiatolá, que no passado foi um potencial sucessor do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini, foi submetido mais tarde a uma prolongada prisão domiciliar pelas críticas ao poder político.

Montazeri também pediu nesta quinta-feira ao governo a criação de uma comissão imparcial com total autoridade para encontrar uma saída aceitável à eleição, denunciada como fraudulenta pelos candidatos derrotados. Ele expressou assim um desafio ao Conselho dos Guardiães da Constituição, uma instituição ligada ao guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei, responsável por examinar as demandas relacionadas às eleições.

O Conselho já anunciou que vai validar os resultados. Mir Hossein Moussavi, principal adversário de Ahmadinejad nas eleições, foi o primeiro a pedir a criação de uma comissão independente.

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