Montazeri, que ocupa a maior hierarquia no clero xiita iraniano, também pediu aos compatriotas que rejeitam a legitimidade da reeleição do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad a continuidade do movimento de protesto.
O grande aiatolá foi um dos primeiros a criticar com veemência o governo e as eleições presidenciais de 12 de junho. - Infelizmente esta excelente oportunidade tem sido utilizada da pior maneira - afirmou o clérigo quatro dias depois da votação, ao descrever a esmagadora vitória do presidente ultraconservador como "algo que nenhuma mente sã pode aceitar". Na ocasião, também condenou a violência e a repressão das manifestações.
O grande aiatolá, que no passado foi um potencial sucessor do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini, foi submetido mais tarde a uma prolongada prisão domiciliar pelas críticas ao poder político.
Montazeri também pediu nesta quinta-feira ao governo a criação de uma comissão imparcial com total autoridade para encontrar uma saída aceitável à eleição, denunciada como fraudulenta pelos candidatos derrotados. Ele expressou assim um desafio ao Conselho dos Guardiães da Constituição, uma instituição ligada ao guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei, responsável por examinar as demandas relacionadas às eleições.
O Conselho já anunciou que vai validar os resultados. Mir Hossein Moussavi, principal adversário de Ahmadinejad nas eleições, foi o primeiro a pedir a criação de uma comissão independente.
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