domingo, 8 de julho de 2012

Contraponto 5612 - Arroubo verbal de Ciro Gomes repercute



O irascível Ciro Gomes

Ciro Gomes voltou. Depois de submergir por um longo período, ele reapareceu chutando o pau da barraca. Desde a última eleição presidencial, o cearense inquieto se mantinha à margem dos acontecimentos políticos. Ciro, então cacique do PSB, tentou ser o candidato de Lula à sua sucessão. Não conseguiu. Lula o preteriu por Dilma Rousseff, depois de levar o PT a fazer uma aliança com o PSB para enfrentar o PSDB de José Serra. Ciro ficou irritadíssimo e profundamente magoado. Rompeu com Lula, com Dilma e com o presidente nacional de seu partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Depois disso, recolheu-se à clandestinidade. Saiu agora para revolver o passado. 
Sem papas na língua, como sempre, Ciro acusa o PT de ter aniquilado sua vida pública, ao lembrar que o PSB abriu mão de sua candidatura a presidente para apoiar o PT de Dilma Rousseff: “Eu era o quadro mais experiente e o mais qualificado das possibilidades de candidatura na eleição passada. Estava em segundo lugar nas pesquisas, e o partido retirou minha candidatura para apoiar a candidata Dilma. A goela do PT ficou maior do que a cabeça”. Para Ciro, “o PT sempre quer vassalagem, o ‘vem a nós’. Mas, ao contrário do que o PT pensa, aliança não é para liquidar o companheiro”. Virgem! A metralhadora giratória de Ciro Gomes não parou aí. Agora ela foi apontada até para o provável candidato do PSDB à presidência da República, o mineiro Aécio Neves. Semana passada, Ciro Gomes e o prefeito Marcio Lacerda tiveram um encontro reservado em Brasília, na casa do senador Aécio Neves, para tratar da eleição em Belo Horizonte. 
Ciro saiu do encontro muito mal impressionado com Aécio: “Ele não pode brigar por coligação de vereador em Belo Horizonte. Grande parte da opinião brasileira dá a ele a possibilidade de ser um quadro nacional. Se ele tem essa missão histórica no futuro, não pode ficar cuidando de aliança de vereador e botando a faca no pescoço de aliados como eu, que sempre fui aliado incondicional dele”. Como se vê, o temperamento forte de Ciro Gomes continua inviabilizando suas relações políticas. É uma pena! Ciro é um político jovem, preparado, mas com um “pavio muito curto”. Por qualquer razão que o desagrade, ele bota tudo a perder. Por tudo isso, hoje - apesar de ser um bom quadro - ele é um personagem periférico da política brasileira.

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