Equador não reconhece impeachment e defende fechamento de fronteiras com
o Paraguai
Chanceler equatoriano diz que Unasul se reunirá na próxima semana para
discutir relações com o país
O
presidente do Equador, Rafael Correa, qualificou como um "golpe
ilegítimo" o impeachment de Fernando Lugo como presidente do Paraguai e
disse que não reconhecerá nenhum outro presidente do país
sul-americano. Em uma nota publicada nesta sexta-feira (22/06) no diário
oficial El Ciudadano, Correa disse que a Unasul (União de Nações
Sul-Americanas) deve pôr em prática suas normas "contra atos ilegítimos
como o ocorrido no Paraguai em 24 horas, que contempla, por exemplo o
fechamento de fronteiras".
O
presidente equatoriano anunciou que seu governo "não reconhecerá nenhum
outro presidente do Paraguai que não seja o legitimamente eleito, Fernando
Lugo", já substituído por Federico Franco, seu vice-presidente, que jurou
o cargo uma hora e meia depois da destituição. A nota afirma que o ato
contra o presidente deposto foi realizado "mediante um golpe ilegítimo do
Poder Legislativo, em um tempo recorde, enquanto Lugo participava da Rio+20 no
Brasil".
Em
entrevista exclusiva ao Opera Mundi, o
ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, reafirmou o
compromisso de não reconhecer o novo presidente paraguaio e classificou o
conjunto das ações tomadas pelo congresso "ofensivas e vergonhosas para a
América Latina". Ele também revelou que uma reunião da Unasul ocorrerá na
próxima semana, mas ainda não existe uma data marcada. "Os chanceleres do
grupo irão se reunir nos próximos dias para definir a data certa", contou.
Para o chanceler equatoriano, a Unasul é o
organismo internacional apropriado para se discutir o tema. "A ONU e a OEA
são burocráticas e lentas. A Unasul agirá com mais agilidade", explicou o
ministro.
Opera Mundi
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