sexta-feira, 22 de junho de 2012

Contraponto 5459 - Paraguaios na rua para garantir Governo Lugo





  

Paraguai prometem protestos
se ele for destituído
Milhares estão reunidos na Praça das Armas, em frente ao Congresso, para condenar o julgamento pelo processo de impeachment de Lugo
Movimentos sociais e aliados do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, mobilizaram-se nesta sexta-feira e prometeram tomar as ruas de Assunção para protestar caso ele seja afastado nesta sexta-feira em um julgamento político no Senado.
Nesta sexta-feira, mais 70 ônibus com aliados de Lugo estavam previstos para chegar a Assunção vindos de diversas partes do país, segundo o governador da Província de São Pedro, José "Pakova" Ledesma. Na quinta-feira à tarde, diversos comércios fecharam as portas no centro de Assunção por medo de confrontos. Havia expectativa de que muitos não abririam nesta sexta.
O destino de Lugo deve ser decidido ainda nesta sexta-feira em quatro sessões relâmpago no Senado paraguaio. Lugo tentou sem sucesso evitar o processo apresentando um recurso à Justiça, enquanto 12 chanceleres da missão da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), enviados ao país na véspera, fracassaram em seus esforços para impedir o julgamento.
Lugo não compareceu ao Senado, decidindo ficar no Palácio de Governo, onde acompanha o processo juntamente com os chanceles da Unasul. Ele é acusado de ter responsabilidade em um conflito entre policiais e camponeses que deixou 17 mortos há uma semana, no Departamento de Canindeyú.

Depois da apresentação da defesa de Lugo, haverá outras duas sessões de uma hora cada: a primeira para a apresentação de provas contra o presidente e a segunda para as considerações finais da acusação e da defesa. Às 16h30 locais (17h30 de Brasília), o Senado deve votar se Lugo permanece ou não no cargo.
O Paraguai mergulhou em uma crise política na quinta-feira, quando 76 dos 80 parlamentares da Câmara dos Deputados votaram a favor da abertura de um processo de impeachment contra Lugo. Na ocasião, apenas um deputado apoiou o presidente e três se abstiveram da votação.
A Constituição paraguaia estabelece que o presidente e outras autoridades podem ser processados por "mau desempenho de suas funções, por delitos cometidos no exercício de seus cargos ou por delitos comuns".
Lugo é acusado de responsabilidade nos confrontos em Canindeyú. Aliados do líder paraguaio, porém, dizem que a rapidez com a qual o processo de impeachment está tramitando no Legislativo o configuraria como um "golpe branco".
Para aprovar o impeachment, a oposição paraguaia precisa dos votos de 30 dos 45 senadores, mas como apenas 3 membros da Casa apoiam Lugo, isso não seria um problema para eles. Dentro e fora do Paraguai, porém, já há movimentações em favor do presidente paraguaio.
Lugo foi eleito em 2008 com 41% dos votos, mas não há clareza sobre os seus índices de aprovação atualmente. Segundo o instituto de pesquisas paraguaio Enrique Taka Chase, sua popularidade teria caído de 58% para 38% desde então. Uma pesquisa do Centro de Estudios y Educación Popular Germinal, porém, ainda lhe dava 58% de aprovação em janeiro.
*Com BBC Brasil e AP

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