domingo, 10 de junho de 2012

Contraponto 5393 - Para entender a história do caso


Dólares na cueca: 
Justiça bloqueia bens do irmão de José Genoino

Irmão do ex-presidente nacional do PT José Genoino, o deputado estadual José Nobre Guimarães, do PT do Ceará, sofreu mais um revés na Justiça por conta do episódio dos “dólares na cueca”. O juiz da 10ª Vara Federal, Nagibe de Melo Jorge Neto, determinou na quinta-feira a indisponibilidade de bens do deputado. Ele foi apontado pelo Ministério Público como beneficiário do dinheiro escondido em uma mala e na cueca de seu ex-assessor José Adalberto Vieira da Silva. Adalberto foi preso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 8 de julho de 2005, quando tentava embarcar em um vôo para Fortaleza com US$ 100 mil escondidos na cueca e R$ 200 mil em uma mala.
Neto recebeu na própria quinta-feira a ação por improbidade administrativa proposta pelo MP relacionada ao caso. O pedido de indisponibilidade de bens foi uma das primeiras ações do juiz. A partir de agora, os réus serão citados para apresentarem suas defesas, dando prosseguimento ao processo judicial, segundo o jornal O Povo.
A ação diz respeito à investigação do MP sobre a origem do dinheiro encontrado com o ex-assessor do deputado Guimarães. O MP concluiu que o dinheiro era propina paga pelo consórcio Alusa/Sistema de Transmissão do Nordeste para obter facilidades no recebimento de um empréstimo de R$ 300 milhões do Banco Nordeste do Brasil (BNB). O objetivo era a construção de uma linha de transmissão de energia elétrica ligando as cidades de Teresina, no Piauí, a Fortaleza, no Ceará.
Além de Adalberto, o Ministério Público cita na ação o advogado e ex-chefe de gabinete do BNB, Kennedy Moura, o presidente do BNB, Roberto Smith, o superintendente de Operações Financeiras, Cláudio Frota, e os diretores Francisco de Assis Arruda, Luiz Ethevaldo Guimarães e Victor Samuel da Ponte, bem como as empresas envolvidas no consórcio.
Segundo o MP, os dirigentes do banco teriam flexibilizado as regras da instituição para conceder o empréstimo ao consórcio Alusa/STN.
O juiz da 10ª Vara Federal também determinou que o consórcio deposite em juízo R$ 5.999.600 no prazo de cinco dias a partir da data em que for citado, sob pena de bloqueio dos bens. Foi decretada a quebra do sigilo telefônico de duas linhas de celular do deputado Guimarães, no período de 1º de outubro de 2003 até a última quinta-feira. O juiz federal ainda determinou a quebra de sigilo bancário das três empresas envolvidas no consórcio.
Neto decretou segredo de justiça e, portanto, só os envolvidos terão acesso aos autos. O juiz negou o pedido do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para ter acesso ao processo. Dias é integrante da CPI dos Bingos. Neto não explicou o motivo de José Guimarães ter sido o único a ter os bens bloqueados, sendo que a ação do Ministério Público pedia a indisponibilidade de bens de vários outros citados, entre eles o presidente do BNB.
O episódio do dinheiro na cueca ganhou ares de escândalo quando foi revelado, cerca de um mês depois de o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ter denunciado o escândalo do mensalão. A descoberta do dinheiro na cueca foi decisiva para que o ex-presidente do PT José Genoino deixasse o cargo.
PROPINA
US$ 100 mil foi o total de dinheiro encontrado na cueca do assessor de Nobre Guimarães. Outros R$ 200 mil estavam na mala de José Adalberto Vieira da Silva
www.correioforense.com.br - 23-04-2006 08:00

Nenhum comentário:

Postar um comentário